domingo, 26 de fevereiro de 2012

So long, Farewell, Auf Wiedersehen, Good Bye

Morar em Nyc sempre foi um sonho para mim. Cheguei lá dessa vez e não consegui mais ir embora. Procurei trabalho, dormi no sofá de amigos, trabalhei como babysitter, fiz um curso, ganhei dinheiro pra me sustentar, arrumei um apartamento para morar de graça, fui petsitter, e consegui realizar aquilo que sempre quis.
Trabalhei bastante. Tinham dias que eu saía de casa às 8h da manhã e só voltava meia-noite. Ficava exausta, toda moída de carregar criança no colo, de abaixar para dar banho, arrumar a bagunça dos brinquedos. Mas brinquei muito, me diverti muito, ganhei a confiança dos pais e mais importante ainda das crianças. Criei um laço com elas muito forte. Coloquei para dormir enquanto elas seguravam minha mão ou deitavam a cabeça no meu ombro, e vi o brilho no olhar que elas tinham quando eu chegava. Ai ai... minhas crianças... minhas lindas e fofas e amadas crianças. E digo com toda a certeza do mundo que o amor era recíproco e que elas com certeza fizeram a minha temporada em Nyc muito mais feliz. Celeste e Cyrus, os mais lindos e engraçados e fofos e divertidos, charmosos inteligentíssimos carismáticos e amorosos, que mesmo querendo não conseguiam esconder a felicidade quando me viam subir a escada, com quem criei o maior laço de todos e que me acolheram, eles e seus pais incríveis que eu adoro, tão bem que lá me sentia em casa. Ginger, minha fofurinha, e Oliver, meu pequeno pirata que não queria falar português mas foi aprendendo comigo e melhorando a cada dia, e seus pais super queridos. Benyamin, meu gorducho lindo, que eu vi crescer por 4 meses e que só queria dormir no meu colo.
Conheci diversas culturas, não só a americana. Conheci melhor a cultura asiática, chinesa e vietnamita, a cultura holandesa, a cultura alemã, a cultura judaica, a até um pouco da cultura árabe, indiana, mexicana. Nyc reune o mundo inteiro em uma só cidade. Mistura de nacionalidades, línguas, culturas, comidas, religiões. Eu nunca me sentia um peixe fora d'água.
Passei por momentos difíceis, claro. Senti muita saudade da família e dos amigos no Rio. Pensei que fosse congelar no frio desumano, e acabei me acostumando com o ar gelado do inverno novaiorquino. Dormi por 3 meses em sofás e colchões infláveis e tive dor nas costas até conseguir o apartamento lindo e os cachorros fofos. Acordei cedo no frio, me desloquei para bairros longes, me perdi no Brooklyn, troquei fralda, dei banho, aguentei pirraça de criança. Fiquei triste em alguns momentos por vários motivos. Mas nunca, em momento algum, me senti sozinha.
 Reencontrei meu melhor amigo e um primo que eu amo muito. Fiz amigos novos que compartilharam comigo momentos inesquecíveis e principalmente coisas cotidianas que só os amigos mesmo compartilham. Conheci uma brasileira que se tornou minha melhor amiga, companheira de todas as horas. Trabalhei para famílias que me acolheram de uma forma que nem achava que era possível em Nyc.
No meu último final de semana marquei um jantar  e depois bar e balada com amigos na sexta para minha despedida, e sábado decidi trabalhar na família que eu mais gostava. Baratta ficou revoltado que eu ia trabalhar sábado e não deixou, disse que ia me levar para jantar e depois íamos para algum bar ou alguma festa. Eu então desmarquei o trabalho, e passei sábado batendo perna com a Clara fazendo as últimas compras e organizando as últimas encomendas. Quando estava a caminho de casa para me arrumar para o jantar Baratta me manda uma mensagem dizendo que cancelou o jantar. Eu fiquei puta, e triste, e chateada, e chorei no metro a caminho de casa. A Clara dizendo para eu não ficar daquele jeito, que ele era um idiota, um péssimo melhor amigo. Cheguei em casa arrasada. Mas quando abri a porta.... SURPRESA! Uma linda festa para mim! Eu não desconfiava nem um pouco, comecei a chorar novamente, dessa vez de alegria muita alegria. Abracei ele e a Clara, que também estava por trás de todo o plano maléfico, e pensei: "é, eu tenho os melhores amigos do mundo!". Foi uma noite deliciosa com todos aqueles que nunca, por momento algum, deixaram eu me sentir sozinha. Amigos para levar para a vida toda. Alguns antigos, outros novos. Amigos que eu não vou esquecer nunca.
E de volta ao Brasil, eu penso na minha vida lá e sinto tanta saudade que me falta ar. Depois do frisson da volta, de abraçar a família, rever os amigos, olhar pra Cidade Maravilhosa e pular carnaval, a saudade veio espaçosa e tomou todos os lugares dentro de mim. Pois agora a vida é aqui, e sabe-se lá quando vou conseguir voltar e ver de novo o sorriso das minhas crianças mais lindas do mundo e dos amigos tão queridos, sabe-se lá quando eu vou conseguir voltar e visitar minha amada big apple.
Com um sorriso nos lábios eu lembro de tudo e penso como fui feliz em Nyc! Muito feliz!

E veio a neve....

Linda! Linda demais! Acordei e corri para a janela e tava tudo branquinho. Aqueles flocos de neve caindo deixando tudo branco. Fui correndo para rua! Eu e Clara fomos tomar brunch num restaurante com janelas enormes para ficar vendo a neve e depois fomos andar pela cidade. Fomos em direção a um parque perto de casa. Eu coloquei minha galocha porque tava com medo de escorregar na neve com minha bota invernosa. Mas a galocha, de borracha, ficou gelada, e mais gelada, e meus dedos começaram a congelar! Corri para uma loja de sapatos e comprei a melhor meia que eles tinham, que mais esquenta! 30min de alívio e pés quentes. Depois, congelamento voltou a atacar! Tive que voltar em casa e trocar de bota antes de ir trabalhar. No dia seguinte fomos numa ingreja para ver um coro Gospel Não nevou mais desde sábado mas ainda tem resquícios de neve pela rua. E parece que agora só vai nevar de novo em fevereiro... =/

domingo, 8 de janeiro de 2012

Dezembro chegou e foi embora e nada de nevar em Nyc. Parece que está sendo um inverno atípico, com poucos dias de real frio. Quer dizer, para uma carioca esse frio, que para os nova iorquinos é tranquilo, já é frio pra caramba. -2, -3, -4 foi tranquilo. Acho que fui me acostumando. Agora quando chegou o -11 foi muuuuuuito difícil! Saí de manhã por que tinha que estar no trabalho às 10am. Coloquei o pé na rua e pensei: ah, tranquilo! Tava muito bem agasalhada,  no melhor estilo cebolão cheia de camadas, com um gorro tipo chaves que cobre a orelha, uma lindeza só! Mas foi eu começar a andar que vi que não importa o quão agasalhada você está, seu rostinho está sempre de fora e respirar aquele ar gélido chega a doer. Pensei que fosse passar mal! Cheguei a ficar meio tonta com dificuldade de respirar, mas segui em frente e entrei no metro, onde estavam todos ainda com seus casacos cachecols luvas e gorros. Saí do metro e comprei um capuccino no Starbucks que vem sempre pelando e eu demoro séculos pra conseguir tomar, nesse dia foi só dar 3passos na rua e pronto! temperatura excelente para beber! Mais 3 passos e o capuccino já estava frio... Mas isso já foi em janeiro...
Dezembro passou rápido. Mudei, pela milésima vez de casa. Vim para um excelente apartamento num excelente bairro, Lower East Side, cheio de bares e restaurantes e vida noturna e diúrna e barata! Tenho 2 roomates canínas, Chica e Colar, que me fazem muita companhia. Uma tv enorme, um quarto só pra mim, uma cozinha linda e toda equipada que fez com que meus dotes culinários melhorassem bastante. Fiquei bastante em casa curtindo meu momento morando sozinha, vendo filminhos, cozinhando. Fiquei 1 semana sem trabalho antes do natal, o que me deixou em pânico de ficar sem dinheiro, mas daí me enfurnei em casa para não ter muitos gatos, assisti muuuitos filmes, e muita porcaria na tv também, diga-se de passagem. Mas nessa semana eu e uns amigos brasileiros fizemos aqui um jantar de natal antecipado, já que a maioria iria passar o natal no brasil. Eu assei um peru enooooorme, que alimentaria 20pessoas facilmente, mas éramos só 8, e eu passei a semana comendo peru. Fizemos pure de maça, e farofa de aveia, e salada de rúcula pera e queijo de cabra. E de sobremesa, brigadeiro, afinal brasileiro que é brasileiro não dispensa um brigadeiro!
O natal mesmo foi bom. Calmo, eu e 3 asiaticas, jantarzinho aqui em casa, e muita, mas muita saudade do meu natal no Brasil. Dia 25 fui para casa de uma amiga alemã para jantar natalino internacional: 2 alemães, 1 holandesa, 3 chinesas, 1 vietnamita e euzinha brazuca. As meninas decoraram a casa e a mesa, cada um fez um prato, e bebemos e comemos e conversamos e nos divertimos muito a noite inteira. Nesse dia a saudade ficou mais calma.
Na semana entre natal e ano novo tive trabalho! Ufa! E tive infecção alimentar também. Comi num restaurante bem asiático e voltei para casa péssima, passei a noite mal e quase fui parar no hospital. É horrivel ficar doente sozinha, mas foi um aprendizado! Acho que saí dessa mais segura. E a Tran, vietnamita, ficou me ligando e checando se eu estava bem, fofa! É bom quando se tem outras pessoas na mesma situação que você, todos acabam se ajudando muito. Trabalhei bastante, cuidei de um menino de 5anos filho de uma brasileira que fala metade da frase em inglês metade em português, e nos divertimos muito! Fomos ver a árvore do Rockfeller Center, fizemos pic nic no Central Park, foi bem divertido.
Ano novo éramos 8 perdidos em Nyc. Nos juntamos para mais um jantar internacional dessa vez 2 vietnamitas, 1 chinesa, 2 alemães, 1 holadesa, 2 basileiras. Jantamos aqui em casa, bebemos vinho, ligamos a tv para a contagem regressiva e ver a bola cair, claro afinal estamos em Nyc, e estouramos um champgne, nos abraçamos, e divertimos. Saimos depois para um bar, as ruas lotadas, os bares cheios, animação, sorrisos, comecei o ano bem!
E veio janeiro e seu frio... e seu calor também. Aqui nesse inverno doido tem que ser pirex. Na mesma semana fez -11 e +15 graus! Haja saúde! Ontem foi um dia delicioso, quentinho, com sol e um céu azul lindo. Fomos tomar brunch e passear pelas ruas meio sem rumo só para aproveitar o delicioso dia de inverno atípico.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Have yourself a Merry little Christmas

O dia começou com compras no mercado e discussão sobre o cardápio natalino. Uma brasileira, uma chinesa e duas vietnamitas em NYC. Sem neve, com um céu azul lindo. Frio, entretanto. Compramos tudo, escolhemos um cardápio internacional: sopa asiática, típica do vietnã, steak com risoto, brigadeiro com morangos de sobremesa. Sim, as asiáticas são apaixonadas pelo meu brigadeiro. Vinho e mais vinho! Ganhei presentes. Ri muito. Conversei muito. Não fiquei sozinha. Falei com a família pelo skype, participando por alguns minutos daquele natal cheio de gente caótico e animado. Risos. Asiatiáticas falando Feliz Natal em português para minha família.
Mas daí depois do jantar elas foram embora... e eu fiquei sozinha. Eu e minha taça de vinho. E daí foi difícil, sabe? Eu quis meu natal animado. Aquele natal cheio de comida, e cheio de gente falando alto, e cheio de confusão e criança correndo de um lado pro outro, e os adultos ficando bebados, e todo mundo indo embora mega tarde pois a conversa estava boa. E no dia seguinte eu tendo que acordar cedo para preparar o natal da casa do meu pai, mais petit comitê, mas tão gostoso e amoroso quanto. Senti uma saudade da minha família como nunca havia sentido. Daquele dia que minha mãe pegava todos os enfeites de natal do alto do armário e decoravamos juntos a árvore lá de casa, que tomava um grande espaço no nosso pequeno apartamento, e depois passavamos horas só com as luzinhas coloridas da árvore acessas. Ou do dia em que todas as primas juntas decoravam a enorme árvore da casa de janelas azuis. Do Frank Sinatra que meu avô (ah, meu avô!) sempre estava escutando quando eu chegava lá na noite de natal (e em diversas outras ocasiões). Do tender e do purê de maça da Ritinha, sem esquecer, claro, da deliciosa torta de nozes. Dos presentes iguais que as netas ganham todo ano da Biú. Da espectativa, e certo medo, do papai noel. Do amigo oculto, e mais ainda do inimigo oculto engraçadíssimo do dia 25, que alguém sempre ganhava aquele pastel cenográfico. Do natal antecipado da minha mãe, e de todas as guloseimas que ela sempre compra e faz, e eu e Gil levando Diogo pra varanda e fingindo que o papai noel estava chegando enquanto minha mãe e Henrique colocavam os presentes na porta e tocavam a campainha e corriam pra dentro, e do Diogo muito feliz acreditando que tinha sido de fato o papai noel. Da noite em que fizemos isso e eu e Gil apontamos pro céu pra mostrar o trenó do papai noel e vimos uma luz e o Diogo começou a pular de felicidade porque tinha visto o trenó chegando. E dos presentes da minha mãe, que ela sempre reclama que eu troco, mas que eu sempre amo, junto com aquele abraço gostoso de mamãe. Me deu saudade de cozinhar a ceia do dia 25 com meu pai, e da bagunça cheia de sorrisos que a gente faz na cozinha, das mil garrafas de vinho que bebemos com muitas conversas animadas. O vovô de papai noel e as crianças muito apreensívas e desconfiadas e maravilhadas. Do frio na barriga cheio de espectativas que me dá todo ano, e do vazio quando a noite termina e eu volto pra casa com apenas as luzinhas coloridas acessas. Da noitada animada com meu irmão e meus amigos maravilhosos e amados. Fiquei com saudade daquela família, que pode ser o que for, mas que é a minha família. Porque natal sem eles, sem aquela bagunça, sem aquelas conversas, sem aquele caos, sem aquelas comidas, sem aqueles risos, sem aquela confusão, não tem a menor graça.
Saudades de tudo isso e de todos os meus amores. Saudade... ô saudade....

Pensei muito em todo mundo. No meu vôzinho amado, e sempre tão amoroso, que não se lembra mais de muita coisa, mas que outro dia perguntou de mim e eu chorei de felicidade. Na minha mãe, no quanto ela e o colinho dela fazem falta. No meu pai e nas conversas de horas e no carinho dele. No Gil, que dividiu quarto por anos comigo e que é um porto seguro. Na Ariane, minha irmãzona, sempre ali no quarto ao lado, mas sempre ali! No Dioguinho, meu irmãozinho lindo esperto e com quem tenho conversas surreais de maravilhosas. Na Sofia, minha princesinha, agora princesona, que eu amo e que vejo muito menos do que eu gostaria. Na Julia, minha prima por imposição e minha irmã pro escolha. Na Chiquita bacana lá da martininca, prima irmã amor. Da Carola e nossas conversas cinematográficas, e correrias por são paulo, e seus filhos mais lindos do mundo que eu amo tanto. Na Anita, e nossas conversas profundas e no clima amoroso que ela sempre me oferece com o Bernardinho Zickinho amoramoramor. Na Marília, que sempre sorri pra mim e me acompanha nas biritas no Rio e nas margaritas em Nyc. Na Tia Nena e no abraço apertado que ela me dá. No Tidézin e suas piadas engraçadas e discussões acaloradas na hora do almoço e sua dancinha fofa. Na Biú e nosso amor tão cheio de questões. Pensei muito na minha vida aqui e o quanto está me fazendo bem. Pensei que, apesar de no meio da noite eu ter chorado de saudade do meu natal no Rio, esse natal também foi especial e engrandecedor. Amadureci e continuo amadurecendo. Tudo isso está valendo muito a pena!
 
E nem nevou... diga-se de passagem. rs

Obs: depois coloco um post melhor contanto detalhes do mês de dezembro e do natal em nyc!



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cada cidade tem seu cheiro e NYC cheira a comida e produto de limpeza. A quantidade de restaurantes na cidade é algo absurdo, o que faz pensar que de fato o povo de nyc não come em casa só na rua, e portando as ruas fedem a comida de todos os tipos. E quando não há cheiro de comida há cheiro de produtos de limpeza. Tais produtos até que tem um cheiro tranquilo, mas são produtos de limpeza. Eu, uma babysitter, frequento muitas casas e todas tem mais ou menos o mesmo cheiro que vem desses produtos. O metro fede mais a cada dia. Com o inverno chegando os mendigos estão começando a viver nos metros. Quando cheguei aqui estava calor e não via tantos mendigos e o metro não tinha um cheiro tão forte. Agora parece que a partir de uma certa hora da noite todas as entradas do metro viram a casa de um ou mais mendigo, e o cheiro fica quase insuportável. Mesmo sem os mendigos o cheiro de mijo é fortíssimo e nojento. E os ratos estão aproveitando mais a cada dia as instalações do metro. Outro dia vi três numa mesma estação na mesma hora. Nhacou! Mas faz parte da diversidade cosmopolita da grande metrópolo. Pena que eu tenho um certo pânico!

Não sei se já comentei aqui também a quantidade de línguas que ouvimos nessa cidade. Inglês, espanhol, chinês, português, italiano, francês, árabe, hebraico, coreano, e por aí vai! Uma cidade realmente cosmopolita! Milhões de linguas, nacionalidades, culturas, tudo misturado em um só lugar. Claro que muitos vivem em comunidades, mas no dia a dia estão todos por todos os lugares. As vezes em lojas e restaurantes é difícil a comunicação com os atendentes pois eles tem sotaque, eu tenho sotaque, daí ninguém se entende e é uma confusão só, terminamos quase que falando em mímica. Mas modéstia parte meu inglês é bem melhor que o deles. Rs

Hoje é dia de Thanksgiving. Ruas vazias, restaurantes lojas e mercados fechados, amigos viajando. Trabalhei de manhã com meu pequeno Benyamin, que fez 7meses segunda e já me reconhece, tá quase engatinhando, quase andando também, e o melhor de tudo: me dá um belo sorriso quando chego, pula no meu colo e me dá um longo abraço com a cabeça encostada no meu ombro como quem diz: senti sua falta. Ah! e agora ele balbucia "baba" e eu fico brincando que é pra mim que ele fala. Meu pequeno xodó que a coisa mais linda e uma delícia ver como ele cresce e desenvolve a cada dia. Enfim... fui cuidar dele hoje de manhã e depois fui encontrar minha querida nova amiga chinesa, Phoebe, para comprar comida para cozinharmos. Unicas remanescentes na cidade decidimos nos juntar e fazer um almoço de Thanksgiving. Como tal feriado não é uma tradição para nenhuma das duas resolvemos fazer um cardápio nosso mesmo sem nos ater muito para as tradicionais comida. E o menu ficou assim:
entrada = queijo guda defumado e uvas. salada verde com avocado e tomate cereja
prato principal = risoto de cogumelos com presunto de parma
sobremesa = brigadeiro com frutas.
Um banque delicioso! Uma tarde agradável de comilança, conversa boa e HarryPotter. Sim! ficamos assistindo Harry Potter e o príncipe de Askaban!
Agora na madrugada de quinta pra sexta tem a Black Friday, muitas lojas com uma mega sale que enlouquece americanos e estrangeiros sempre na madrugada after thanksgiving. Algumas lojas abrem à meia noite, outras às 6am. Uma loucura só! Já são 10:45pm, vou tentar dormir e vejo se aproveito alguma coisa dessa big sale com minha querida chinese friend!

Essa segunda comecei finalmente o tão esperado curso de figurino no FIT (Fashion Institute of Technology). Gostei muito. A professora é super séria e entende muito do assunto. O curso se chama Fashion in film, tv and media, e é sobre como os figurinos e personagens e atores ditaram modas e vice e versa. É bem interessante. Abrange cinema, moda, figurino, sociedade, cultura, de um ponto de vista bem bacana.

Os trabalhos de babysitter continuam muito bem. Cada dia me apaixono mais pelo meus pequenos, e a cada dia percebo como eles também tem se apegado cada vez mais a mim. Outro dia Celeste dormiu de mãos dadas comigo. Ginger não chora mais quando a mãe sai de casa e nem na hora de dormir. Benyamin pula pro meu colo e me abraça, principalemente terça feira que ficamos desde quinta sem nos ver. Oliver fica sorridente quando eu chego e pede para eu fazer "mexido" porque o meu ovo mexido é o melhor que ele já comeu. Cyrus que teve uns dias difíceis e foi um pouco grosseiro comigo, mas acho que era uma mistura de sentimentos porque os pais começaram a sair mais já que arrumaram uma babysitter de confiança que os filhos adoram, e ele ficou confuso com o sentimento de gostar de mim e ser "abandonado" pelos pais. Contornamos a situação e ele voltou a só dormir comigo em pé ao lado de sua cama. Sou a babysitter mais feliz do mundo com tanto amor dos meus pequenos!

A saudade é que tem me tirado do sério um pouco. Não sei se é o frio, se o fim do ano chegando, se é o fato de estar completando 3meses que saí do Rio, se é tudo isso junto. Só sei que agora a saudade é um issue. Um big fat issue!!! rsrsrsrs Sinto falta do Rio, da cidade em si, dos meus amigos amados, da minha família querida, e principalmente dos pequenos amores e xodós Diogo e Sofia. Mas... o que não tem remédio remediado está. E não me venham falar de skype e coisa e tal por quando a saudade aperta de verdade falar no skype vendo a carinhas deles e estar tão perto tão longe é ainda pior, a saudade aumenta e me pego com lágrimas nos olhos quando desligo.

O frio tá voltando. Hoje quando saí de manhã tava 3graus. Estou me sentindo muito gringa já e completamente local! Saí mega encasacada que nem uma cebola cheia de camadas, e passei calor! Pensei: pronto, me acostumei!!! Mas depois lembrei que hoje estava sem vento, e o grande problema do frio dessa cidade não é a temperatura em si e sim o vento. Vento que literalmente racha a pele, a boca, nariz, ouvido, olho, fica tudo congelado e ressecado, um horror!!!! Mas cá entre nós estou ansiosamente esperando pela neve e pelo meu tão sonhado white chistmas em Nyc! Claro que devidamente encapotada com meu mega casaco e minha super bota de neve.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Muito tempo sem escrever... e muita muita muita coisa para falar.

Depois de uns dias procurando trabalho soube por uma conhecida daqui de um site só para babysitters. Me inscrevi imediatamente e comecei a responder anúncios de pais precisando urgentemente de babysitters para seus filhos. Coisa de americano mesmo catar num site pessoas desconhecidas para tomar conta de seus filhos.
Fui a algumas entrevistas e diversos cantos da cidade, o que foi excelente pois me fez conhecer lugares que talvez jamais fosse conhecer. E consegui algumas famílias para trabalhar.
Uma família numa bela área do Brooklyn, com 2 filhos, uma menina de 4anos e um menino de 6anos, pais artístas, mãe irmã de um puta estilista, casa linda, crianças lindas e incríveis, que me apaixonei e outro dia me disseram que eu era their favorite babysitter!
Outra família também no Brooklyn, mas no bairro de judeus ortodóxos, a mãe é brasileira carioca, o pai é californiano, e o neném tem 6meses e é um buchechudo lindo que eu também me apaixonei e agora quando chego lá ele sorri muito e fica pulando no colo da mãe.
Uma família no Harlem, o pai mineiro, a mãe americana, um menino de 6anos e uma menina de 1ano e meio. Gosto muito deles também, crianças fofas e simpáticas, e com eles tenho que falar português para aprenderem a lingua. Os dois entendem tudo, mas o de 6anos resiste pra falar português, mas comigo ele até fala e com um sotaque fofíssimo!
Mais uma familia, essa em Tribeca. Três filhos lindos, mas um tanto quanto pestinhas. O primeiro dia fui mandada sozinha pra um parque com eles. Sorte que os parques aqui são cercados e as crianças não saem, mas passei um sufoco. Primeira vez com eles sozinha em casa foi ontem, e correu tudo bem! Sinto que tenho um dom!!! ahhahahah Depois de uns minutos de mau-humor infantil com a nanny consegui conquistar os pequenos que na saída ficaram me perguntando se eu voltava no dia seguinte. Me apaixonei mais uma vez e agora já sei que vou sofrer quando voltar de saudades dos 8 pequenos que eu cuido muito feliz da vida!

Agora me sinto na obrigação de dedicar um parágrafo para falar do bairro ortodóxo judeu no Brooklyn. Lá me sinto num filme do Woody Allen e um peixe fora d'água! As mulheres todas de saias abaixo do joelho, meia calça preta, blusas de manga comprida e gola rolê, peruca. Os homens todos com barbão, roupas pretas social com uma espécie de capa, e um chapéu que recebe uma capa de chuva especial para os dias de chuva que é uma coisa muito engraçada. Os meninos todos de kipá, as pequenas todas de saia abaixo do joelho, meia e mangas-compridas. Um jovens bonitos que dá uma pena pelo disperdício. O bairro é sujo que só, muito lixo na rua, o mais sujo que já vi até agora, o que me faz chegar a conclusão que os judeus, com todo o respeito, são uns porcos. O bairro, fora a sujeira, é bem bonitinho e alegre com muita gente andando na rua, mulheres com seus mil e quinhentos rebentos (ô povinho pra ter filho!), homens com suas roupas pretas e sempre com uma planta na mão. Teve um feriado em que eles constroem umas casinhas com teto de folhas onde eles tem que fazer as refeições dentro. E então agora na frente de todos os prédios e casas tem essas casinhas, que dependendo do nível financeiro parece mais um barraquinho que sabe-se lá como eles conseguem se enfiar todos com aqueles monte de filhos dentro para sentarem e se alimentarem. Fora a sujeira e, tirando as negras (esqueci de comentar que tem muito negro morando no bairro o que é uma coisa bem engraçada essa mistura), eu ser a única mulher de calça e cabelos próprios a mostra, eu acho o bairro bem agradável.

O curso que me inscrevi no FIT foi cancelado. Voltei a procura de cursos e achei um na Parsons que muito me agradou! Ele só começa dia 31 de outubro e termina dia 5 de dezembro, o que me obrigou a ficar mais tempo ainda em NYC! =) Muito feliz com isso! Penso em passar aqui natal e ano novo e só voltar em janeiro.

Prometo voltar a escrever mais e já tenho uma lista enorme de tópicos!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ok. 11 dias sem escrever foi muito, confesso. E não sei muito bem por onde começar, não lembro nem onde parei...

Passei semana passada quase toda em casa procurando desesperadamente um trabalho. Procurei primeiro num classificados na internet que todos usam para achar apartamentos, roomates, trabalhos e etc. Respondi um anuncio de uma família no Upper East Side precisando de uma part-time nanny. Me correspondi com a mãe da família por email por algumas horas trocando informações, decidimos então marcar um encontro. Claro que antes de ir ao encontro chequei tudo! O email da mulher vinha com a assinatura do trabalho dela, um escritório de advocacia. Entrei na página do escritório, chequei telefones, chequei quem era, e vi que estava tranquilo. Minha mãe, com sua cabeça de Law & Order Special Victims Unit ficou extremamente preocupada e paranóica, e plantou a sementinha da paranóia em mim. Na hora de ir a entrevista mandei mensagem para duas amigas com o endereço da família na qual ia na casa e com a seguinte mensagem: se eu não te ligar até 20:30pm GET WORRIED!
Cheguei lá e família era totalmente normal, linda, e muito simpática. Tudo correu bem, não fui nem estuprada nem esquartejada e nem nada que o valha, mas não consegui o trabalho.
Uma conhecida daqui me indicou então um site só de babysitters e nannys. Fiz meu profile e comecei a responder 500mil anúncios de pais desesperados por babás de todos os tipos. Desde então já recebi algumas ligações e fui a 3 entrevistas e fechei meu primeiro trabalho como babysitter!
Agora é bem esquisita essa coisa de americano de procurar babá para os filhos pela internet. No Brasil isso não aconteceria nunquinha! Aqui é super comum. Eles no máximo ligam para você e para a pessoa que você colocou como sua referência.


Fim de semana passado fui num evento do Guggenheim chamado StillSpotting, by Arvo Pärt and Snøhetta. O evento consistia em 5 instalações espalhadas por 5 cantos da cidade: Battery, Fort Jay at Governors Island, Fort Jay Overlook at Governors Island, Woolworth Building e 7 World Trade Center. Você pagava 10 dólares e ganhava uma pulseirinha que te dava direito a entrar em todas as intalações. Battery Park é um parque perto de onde se pegam as barcas para várias ilhas. Governors Island é uma ilha onde era um antigo forte, lindo. Woolworth é um prédio antigo, comercial, lindíssimo! Todo decorado, e que não pode entrar turista, então o evento era um excelente motivo para entrar no prédio. E 7 World Trade Center é um novo prédio do Worl Trade Center. A instalação ficava no 56andar, e o andar é todo de vidro com uma vista surrealmente linda. Chegamos no pôr do sol, e além da vista maravilhosa estava um luz e um pôr do sol de cair o queixo! Evento fantástico, valeu muito a pena!


Amanhã escrevo mais, hoje estou cansada...