O dia começou com compras no mercado e discussão sobre o cardápio natalino. Uma brasileira, uma chinesa e duas vietnamitas em NYC. Sem neve, com um céu azul lindo. Frio, entretanto. Compramos tudo, escolhemos um cardápio internacional: sopa asiática, típica do vietnã, steak com risoto, brigadeiro com morangos de sobremesa. Sim, as asiáticas são apaixonadas pelo meu brigadeiro. Vinho e mais vinho! Ganhei presentes. Ri muito. Conversei muito. Não fiquei sozinha. Falei com a família pelo skype, participando por alguns minutos daquele natal cheio de gente caótico e animado. Risos. Asiatiáticas falando Feliz Natal em português para minha família.
Mas daí depois do jantar elas foram embora... e eu fiquei sozinha. Eu e minha taça de vinho. E daí foi difícil, sabe? Eu quis meu natal animado. Aquele natal cheio de comida, e cheio de gente falando alto, e cheio de confusão e criança correndo de um lado pro outro, e os adultos ficando bebados, e todo mundo indo embora mega tarde pois a conversa estava boa. E no dia seguinte eu tendo que acordar cedo para preparar o natal da casa do meu pai, mais petit comitê, mas tão gostoso e amoroso quanto. Senti uma saudade da minha família como nunca havia sentido. Daquele dia que minha mãe pegava todos os enfeites de natal do alto do armário e decoravamos juntos a árvore lá de casa, que tomava um grande espaço no nosso pequeno apartamento, e depois passavamos horas só com as luzinhas coloridas da árvore acessas. Ou do dia em que todas as primas juntas decoravam a enorme árvore da casa de janelas azuis. Do Frank Sinatra que meu avô (ah, meu avô!) sempre estava escutando quando eu chegava lá na noite de natal (e em diversas outras ocasiões). Do tender e do purê de maça da Ritinha, sem esquecer, claro, da deliciosa torta de nozes. Dos presentes iguais que as netas ganham todo ano da Biú. Da espectativa, e certo medo, do papai noel. Do amigo oculto, e mais ainda do inimigo oculto engraçadíssimo do dia 25, que alguém sempre ganhava aquele pastel cenográfico. Do natal antecipado da minha mãe, e de todas as guloseimas que ela sempre compra e faz, e eu e Gil levando Diogo pra varanda e fingindo que o papai noel estava chegando enquanto minha mãe e Henrique colocavam os presentes na porta e tocavam a campainha e corriam pra dentro, e do Diogo muito feliz acreditando que tinha sido de fato o papai noel. Da noite em que fizemos isso e eu e Gil apontamos pro céu pra mostrar o trenó do papai noel e vimos uma luz e o Diogo começou a pular de felicidade porque tinha visto o trenó chegando. E dos presentes da minha mãe, que ela sempre reclama que eu troco, mas que eu sempre amo, junto com aquele abraço gostoso de mamãe. Me deu saudade de cozinhar a ceia do dia 25 com meu pai, e da bagunça cheia de sorrisos que a gente faz na cozinha, das mil garrafas de vinho que bebemos com muitas conversas animadas. O vovô de papai noel e as crianças muito apreensívas e desconfiadas e maravilhadas. Do frio na barriga cheio de espectativas que me dá todo ano, e do vazio quando a noite termina e eu volto pra casa com apenas as luzinhas coloridas acessas. Da noitada animada com meu irmão e meus amigos maravilhosos e amados. Fiquei com saudade daquela família, que pode ser o que for, mas que é a minha família. Porque natal sem eles, sem aquela bagunça, sem aquelas conversas, sem aquele caos, sem aquelas comidas, sem aqueles risos, sem aquela confusão, não tem a menor graça.
Saudades de tudo isso e de todos os meus amores. Saudade... ô saudade....
Pensei muito em todo mundo. No meu vôzinho amado, e sempre tão amoroso, que não se lembra mais de muita coisa, mas que outro dia perguntou de mim e eu chorei de felicidade. Na minha mãe, no quanto ela e o colinho dela fazem falta. No meu pai e nas conversas de horas e no carinho dele. No Gil, que dividiu quarto por anos comigo e que é um porto seguro. Na Ariane, minha irmãzona, sempre ali no quarto ao lado, mas sempre ali! No Dioguinho, meu irmãozinho lindo esperto e com quem tenho conversas surreais de maravilhosas. Na Sofia, minha princesinha, agora princesona, que eu amo e que vejo muito menos do que eu gostaria. Na Julia, minha prima por imposição e minha irmã pro escolha. Na Chiquita bacana lá da martininca, prima irmã amor. Da Carola e nossas conversas cinematográficas, e correrias por são paulo, e seus filhos mais lindos do mundo que eu amo tanto. Na Anita, e nossas conversas profundas e no clima amoroso que ela sempre me oferece com o Bernardinho Zickinho amoramoramor. Na Marília, que sempre sorri pra mim e me acompanha nas biritas no Rio e nas margaritas em Nyc. Na Tia Nena e no abraço apertado que ela me dá. No Tidézin e suas piadas engraçadas e discussões acaloradas na hora do almoço e sua dancinha fofa. Na Biú e nosso amor tão cheio de questões. Pensei muito na minha vida aqui e o quanto está me fazendo bem. Pensei que, apesar de no meio da noite eu ter chorado de saudade do meu natal no Rio, esse natal também foi especial e engrandecedor. Amadureci e continuo amadurecendo. Tudo isso está valendo muito a pena!
E nem nevou... diga-se de passagem. rs
Obs: depois coloco um post melhor contanto detalhes do mês de dezembro e do natal em nyc!
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