Outro dia estava andando no Times Square e no meio daquele monte de luz e atrativos visuais um pequeno grupo de pessoas me chamou muito a atenção. Chamar atenção no Times Square é tarefa árdua com tanta coisa acontecendo, painéis luminosos, vídeos gigantescos, anúncios, lojas faraônicas, luzes e mais luzes e mais luzes que parece estar sempre de dia, mesmo na calada da noite, fora os sons e músicas.
Esse pequeno grupo gritava algo que a princípio não consegui entender. Me aproximei. Eles tinham placas e cartazes, manifestavam contra algo. Parei e ouvi atentamente o que diziam, li os cartazes e sutilmente tirei uma foto, pois aquilo me interessou bastante. Nos cartazes a foto de um homem negro, e dizeres contra sua execução. E gritavam "we are Troy Davis" com muito engajamento.
Cheguei em casa e fui direto para o computador saber mais sobre esse homem. Troy Davis estava no corredor da morte. Condenado injustamente em 1991 pelo assassinato de um jovem policial em 1989, Davis foi mandado para o corredor da morte sem provas concretas. Sua culpa é duvidosa e por isso conseguiu apelar 3x e retardar sua morte por injeção letal. Muitos americanos protestaram contra sua injusta condenação. Dia 21, às 7pm, ele deveria ser executado, mas conseguiram que revissem seu processo. De nada adiantou, não perdoaram ele e nem se tocaram o quanto não concretas são as provas de sua culpa. Inclusive testemunhas mudaram seus depoimentos a favor de Davis dizendo que na época foram coagidas pela polícia para dizer que ele era o culpado. Davis foi executado às 11pm do dia 21 de setembro, sem nunca ter consigo provar sua inocência e nem sua culpa.
Uma das coisas mais nojentas da cultura americana é a pena de morte. Fiquei abalada com a história e revoltada contra essa lei escrota e idiota de matar seres humanos a torto e a direito! E o pior é pensar quantos Troy Davis não foram executados injustamente.
Me lembro do livro/filme "How To Kill a Mockingbird" (O Sol Nasce para Todos), em que um negro é condenado injustamente por um estupro e agressão que ele não poderia ter cometido pois é deficiente e não mexe um dos braços. Ele revoltado com a condenação acaba morto tentando fugir da polícia. Um dos meus filmes e livros favoritos. Talvez por isso tenha ficado tão tocada com a história de Troy Davis, ou simplesmente porque sou um ser humano e tenho coração e sou totalmente contra a pena de morte e a favor da pena de vida!
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